Há estranhas vozes que ecoam nas letras
É estranho o espaço da insónia
A glória das janelas abertas
A velocidade do grito
A visão da fúria dos desertos
As coisas que não ousamos e (...)
Beija depressa o fundo do meu sonho
Afoga-te nessa acendalha de ternura
Porque só eu sei ouvir o lume que aquece os vidros do tempo
Só eu vejo os sonos blindados nas frontarias de cal
Onde (...)
Intrínseca hora desgrenhada por lábios de lírio
Pássaro vasto que voa na débil pena da verdura
Quando a noite se veste de anémona
Toco com dedos de alga na ferida da flor
Enquanto o (...)
Cores da manhã
Cores de abril ou maio...cores sem rumo cravadas nos olhos
Cores sem sentido
Atravessadas por quilhas de navios fantasmas
Impregnadas de veias paradas no tempo
Cores que (...)
Tu...que conheces o fundo do teu nome.
E ao entardecer falas do sono das areias
Repara que a corda onde penduras a vida
É uma gota de mármore feita de pele profunda
Repara que o vento
En (...)
O fim do verão não chega
Para nos dizer que a viagem se faz de metáforas
Que a noite se acomoda nas teias das aranhas
E se dobra em infinitos cambiantes
E que a folhagem das urgências (...)
Iniciar....iniciar sempre...ser chuva e flor
Conhecer o rasto de dezembro
Conhecer ...o fio...a luz...a despedida da geada
Procurar... por entre as folhas
A terra mastigada...a parede... o (...)
Corpo de cristal
Vulnerável horizonte bailando no espaço
Buraco imaginário som de equilíbrio
Dança de folha hesitante
O cerco da cinza
A submersão iminente de um murmúrio
Inespera (...)
E vamos como dunas enfunadas
Excessivas e fugidias
Em nós brilha a luz do fim
A sílaba que salta do cardume prateado
Nos oceanos moram os sonhos
As coisas sem nome
O corpo quente das (...)