Tão breve...
Ligo-me ao ocre das folhas tombadas e à luminosa extensão das manhãs
Nas minhas cartilagens corre a refulgência da aurora
Sou o mapa que ignora os limites do frio
E tenho o raro privilégio... de sentir na pele a casca das árvores.
Na falta de luz vejo a química dos homens.
Devagar ergo a ponte que atravessa o vidro do silêncio
Alimento o meu corpo com o cio das lenhas
Com o estralejar das pinhas
E com alma de gozo...
Compro aos deuses o meu anonimato.
Límpida melodia a ecoar na plenitude do sangue
Ergues-te em espirais de violinos
És o suporte do canto e da solidão
És a bofetada que espicaça a vida...que corre...
Tão perto da breve e delicada noite.
Que segredos me trazes espuma sepultada em indolências de mar
Que séculos escorreram pela ignorância das praias
Que estão aqui...impregnadas pela magia das conchas
Que existem na profusão das marés
Como homens que suportam todas as formas da luz
E da escuridão...