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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Tempo musical

No tempo da música a intimidade dos segredos

Poética dissolução do ar

Em que a alma é picada por luminosa vertigem.

 

No murmúrio dos momentos

Acende-se um reino de aves

No avesso da respiração

A ruga de um tempo sem respostas

A pata que esmaga as nossas fraquezas

E a devoção absurda a um universo escondido.

 

Uma saudade em cada parede

Um suspiro afixado em cada beiral

Uma crueldade maliciosa em cada medo

Uma mentira em cada espelho

E uma falsa notícia em cada verdade.

 

Corriam secretos os olhos

Raiavam neles destinos infinitos

Deslumbrantes cores escondiam-se na folhagem

A corrente do acaso a invadir a vida

O fulminante nascimento do amor

E a mansa mão a acariciar o espaço.

 

 

 

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