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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Tens os pés descalços...seguras a espuma com o olhar..


Abre-se a noite como um universo melancólico...


Luzes atravessam o ar...o chão é agora feito de água escura...relâmpagos varrem as dunas


As rochas parecem fantasmas...e vejo-te deitada no abismo onde as ondas rebentam..


Tens os pés descalços...seguras a espuma com o olhar..as tuas mãos são guelras sôfregas


Respiras pelas mãos..tocas o meu corpo com o teu sopro...e caímos juntos na noite...


Ondulamos na superfície das águas...lunares luzes tocam-nos o rosto....


Somos seres luminescentes...distantes peixes que correm para o horizonte...


Cortam as marés...desembarcam em noites solitárias...


Como ridículas vagas que esperam salvação...


E enquanto sangramos todas as ondas do sentir... numa encantada vigília...


A paixão vai-nos queimando...e os mares assombrados expelem grãos de areia...


Como se nos atirassem estrelas vindas de uma profunda aflição!