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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Tonalidades de outrora

É dentro da noite

Que se expia a preciosa dor encantada pelo poente

É dentro da noite

Que amaldiçoamos os dardos que nos ferem

Como se assim fôssemos capazes de dosear

As picadas que gemem no coração

Ou como se vomitássemos esse veneno

Que faz murchar as flores

 

Não há sabedoria

Que vença os picos intransponíveis

Nem a luz que cega

Nem a intuição de que somos apenas natureza

Sem mais encantos...que a natureza

Sem mais delírios vagos

Que uma joia no pescoço de uma mulher...

 

Gememos horizontes sobre mares

Que se afundam em doces marés

E pensamos que da luz

Virá aquele encantamento que levará o vazio

E que banhará para sempre

O interminável universo de doces amores

Pensamos que as flores são melancolias

Fetiches de mulheres...deliciosas ternuras

Abrimos o coração ao mistério

Que depois se afunda

Num êxtase de encantos sobrenaturais

Tememos o inexprimível gemido

Que o infinito irradia como uma afronta

Ou como uma preciosidade sem limite de valor

Porque nunca saberemos quanto vale a eternidade

Nem o mais intenso sentimento...

 

Somos deliciosamente infantis

Cruelmente duplos...melancolicamente insanos

Porque sabemos que o presente

É uma ferida dolorosa

Uma bolha prestes a rebentar

E que dos nossos gritos

Serão apenas guinadas nos dias...e nas noites

Em que aflitos...de olhar perdido

Procuramos a imagem que restolha noutra noite

Noutro navio encalhado...noutro desespero sem fim

Como se fosse uma paisagem

Cheia de folhas empurradas por recordações

De um tempo mais alto

De um tempo mais próprio

De um mundo menos vão...

Onde os reflexos do sol

Nos encandeavam os cabelos

Com tonalidades de outrora...