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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Translúcida rua

Digo-te que antes de ti a cor dos dias

Se afundava num desenho sem sentido

Que as manhãs eram neblinas espessas

Onde se enclausurava o tempo

Sólido túnel onde se decompunha o meu coração

Alameda de inverno

Que sob a abóbada azul onde me sentava

Se enchia de folhas amarelecidas

E depois de te olhar

Vi-te como se vestisses um manto transparente

Numa sala apinhada de recordações

Volumosas recordações...fotografias exaustas

Como se estivesse junto a uma maré diáfana

O meu rosto viajou encostado à vidraça

Vi-te passar...

Vestias umas asas esplendorosas

Suave seda envolta em sono...

Olhei...e reparei que a rua estava vazia

Translúcida rua onde perdi o teu rasto

E perguntei: que faço eu agora com estes olhos?

Que convite posso fazer à solidão?

Desfaço-me em mil cores

Ignoro o que aconteceu

Mas o fim da tarde trouxe-me de volta ao sonho!

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