Tudo é novo diariamente...
Em tempos engoli a luz do silêncio...bebi essa luz branca da primavera...esse ar recusado
Rompi com a exatidão de um crepúsculo misterioso...
Agradeci às folhas dos plátanos
Que tingiam o chão com um tom de amarelo-dourado... calado...
Não há limites para a profundidade desse silêncio opaco...dessa luz presa na penumbra
Tudo é novo diariamente...
Todos os rostos que engolem a luz... se alimentam de verões secos...
Reluzem na escuridão... bebem a vida presa por um fio de seda... é o céu que os chama
É o infinito que lhe tolhe os passos...
As palavras que escorrem das suas bocas reluzentes...
São como o sons refletidos num espelho baço...
Como se fossem cristais de músicas caladas...
Esses rostos... que vivem presos na claridade das horas...somos nós... somos todos nós
Vivendo como serenas imagens abertas ao impossível.