Tudo me fala de risos suaves
Tudo me fala de risos suaves e de luzes que se dissolvem na linguagem do mundo
Digo adeus à brisa rasgada por olhos de sonho
Embarco as incertezas num barco sem medos.....
Quero fascinar destinos..sorver tardes amenas e amedrontar o musgo das colinas
Poderei eu ser o bosque que se ergue dentro do meu sonho?
Poderei eu capturar essa estranhíssima flor que desagua dentro de mim?
Tantas vezes a minha mão se ergueu para tocar no destino
Que me basta agora um pouco do teu rosto para amar o cansaço dos dias
Cintilam saudades perante o vazio dos sonos
A noite planta-se nas arcadas das grutas....garças voam em órbitas de vidro
Por detrás dos postigos os barcos dançam presos às teias luminosas das ondas
Há um fantasma de fósforo e sal preso na trança das algas
Há uma esperança filiforme a acenar enquanto os loucos explodem de riso
E nós a querer saber o nosso nome...a perguntar pela origem foliácea do nosso corpo
A questionar os fundamentos das coisas a que não podemos aceder
Como barcos perdidos na distância da nossa mão..em chagas...