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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Um longo silêncio

Vestias seios duros

Que bebiam nas minhas mãos mornas

Todos os cânticos do dia

 

Enquanto preguiçávamos sobre as nossas línguas

Longas como céus

E rolávamos na crista das ondas

Morenos como ares encantados

Era nosso o triunfo do dia

E todo o sal

Que escorria dos corpos ensopados... era nosso

Sentíamos na boca

O sal soletrado da noite esvoaçante

Como se fosse uma renda de bilros

Tecida com fios de espuma

Era bom nadar...beber a água morna da noite

E depois...estilhaçar na areia

Com um enorme grito... profundo

Todos ao ardores da alma

Lembro-me daquela noite

Em que fomos corpos que escorregaram

De uma paixão nascida numa pequena onda

Para um longo silêncio fechado ao mundo …

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