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folhasdeluar

Poesia e outras palavras.

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Um não-conto de natal

Chegou o natal. Os meninos que eram pobres...continuaram pobres. Os meninos que tinham fome...continuaram com fome. Os meninos que andavam descalços...continuaram descalços. Chegou o Natal. Os homens que eram cegos continuaram cegos. Os homens que eram indiferentes continuaram indiferentes. Os homens que eram desesperados continuaram desesperados. É natal. As luzes acendem-se. As guerras continuam. Os sinos tocam. As estrelas alumiam o céu. É natal. Os olhos brilham. Os milagres não acontecem. É natal. Umas mãos tocam o sonho. Outros sonhos não têm mãos que as toquem. É natal. Mesmo para os que não têm família. Mesmo para os que não têm casa. Mesmo para os que não têm um pinheiro enfeitado com luzes. É natal. Mesmo para os que não têm ceia. Mesmo para os que têm os rostos vazios. Mesmo para o que não têm como o celebrar. É natal. E não se deram as mãos. Não se abraçaram aqueles que não têm quem os abrace. Não se condoeram da solidão aqueles que se deviam condoer. É natal. Não sei se Jesus sorriu. Não sei se Jesus percebeu que há crianças sem Reis Magos. É natal. Não sei se os homens perceberam...que este podia ser o dia da mudança. O dia da humanidade. O dia da iluminação dos rostos...e da alma. Quando chegará o verdadeiro dia de natal?

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