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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Um verso sem rota

Enganam-se as coisas reais

Perante as montanhas vazias

Enganam-se os castelos solitários

Varridos pelo vento sueste

Enganam-se os que se despenham nos ruídos distantes

Quando a presença é eco e harmonia

Enganam-se os desejos de grandeza

Quando o poente é um labirinto de silêncios

Enganam-se os sustos e os medos... da solidão

As coisas são reais...as presenças são reais

A ânsia é tão real como um amplo convés

Ou como uma sentida seara

As circunstâncias fazem correr o sangue apressado

Como se fosse invadir uma paisagem inóspita

Como se a realidade não fosse um esforço de grandeza

E como se a infância dos sentimentos

Tivesse começado agora

E nós fossemos um verso sem rota.

 

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