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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Uma absurda visão de ti

Não é para ti que escrevo

Não é por ti que que dissolvo

És apenas um farejar longínquo

Uma folha morta...uma lúgubre visão

És uma espécie de vala

Onde tomba o caos de um distante tempo

O teu rosto já não cai dos céus

Já não é o canto elegíaco da saudade

Já não és a celestial criatura

Que me afagava os espinhosos atalhos da amor..

Distraí-me de ti...rasguei as minhas asas de cera

Já não sou o teu voo nocturno

Sou agora o voo extinto...o desabraço...o vazio

E tu...és a carícia em putrefacção

A profundeza onde se esconde a solidão

O olhar míope do fogo extinto

O cheiro que morre num derrame de águas turvas

Já nada de ti me resta...talvez...talvez

Sejas uma pedra que se mistura com sangue...

Ou um subterrâneo semeado de aves de rapina

Onde vive uma absurda visão de ti...

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