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folhasdeluar

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Uma alameda de insónias

Iconoclastas de espelhos. Fazedores de incoerências. Personagens do nada. Os outros são como que uma passagem para a indefinição. Uma ponte imprecisa e impressiva onde nos inventamos. Representamos para as fotos com rostos de poemas. Irreais. Vivemos dentro de uma imaginação excêntrica. Complexa. Uma forma de grito anestesiado. Não nos interessa a vida dos outros. Não queremos saber se as cidades são reais. Passamos de ontem para hoje como quem almeja um destino. No final da memória uma porta abre-se para um cinema exausto. O que aconteceu à filigrana da imaginação? Não sabemos! A vida aprecia-se com o seu intenso sabor a morte. A nossa perspectiva é arrumar o cosmos na bagageira da alma. Criar uma alameda de insónias. Descrever a ausência de uma linha de conduta. Cristalizar num sonho formado por castelos de coisas inúteis. Arranhar a terra com unhas espiraladas. Não existir. Ser o tema de uma discussão entranhada na pele da terra. Ser telhado e tecto. Ser objecto e abjecto.