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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Uma vida

Queria falar da claridade que sinto

Sempre que toco nas aves mais altas

Mas é difícil...

Porque nada sei da pequenez dos homens

Nada sei da minha imensa fome

Nem onde estão os meus fantasmas

E muito menos sei onde está o meu delírio

E as minhas marcas...

 

Reteso o arco e aponto a flecha

Sou feito do areal onde me perco

Vejo uma imagem nítida de um tempo amarelecido

E um longo caminho onde desgasto os pés

Sou a síntese do ocaso do universo

Que se apoderou de mim

Como quem vai sem regresso

E suspeita que um sono é muito pouco

Para quem acorda de um sonho

Embevecido...

 

Os braços apertam a solidão

A rua transborda de cansaço

O céu é uma mancha de fumo e lama

O ocaso...um futuro vazio...raso...

 

Há uma incoerência em cada dia

Um nada em cada viagem

As memórias são turvas visões de um sol incerto

A água lava a vida

Tudo acontece porque assim é

Mesmo que a bocas bordem flores

Em panos de linho branco

E os sudários se esqueçam de adormecer

Transportaremos sempre o tempo

Dentro de uma nostalgia

Uma vertigem em cada remorso

Uma despedida em cada virar de pescoço

Uma vida...

 

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