Uma vida no Nosso Planeta
(A primeira visão do planeta Terra a partir da Apollo 8 - uma imagem que transformou o modo como percepcionamos o nosso planeta e nós mesmos)
Comecemos por alguns dados:
1937
População mundial :2.3 mil milhões
Dióxido de carbono na atmosfera : 280 partes por milhão
Áreas naturais que restam : 66%
1960
População mundial :3 mil milhões
Dióxido de carbono na atmosfera : 315 partes por milhão
Áreas naturais que restam : 62%
1997
População mundial :5.9 mil milhões
Dióxido de carbono na atmosfera : 360 partes por milhão
Áreas naturais que restam : 46%
2020
População mundial :7.8 mil milhões
Dióxido de carbono na atmosfera : 415 partes por milhão
Áreas naturais que restam : 35%
Para percebermos o que estamos a fazer ao nosso planeta, os microbiólogos têm um gráfico de crescimento com o mesmo contorno, ( um planeta fechado, é esse o fundamental da imagem, não temos outro) e sabem como termina, e é da seguinte forma:
Colocam-se várias bactérias, ( nós os homens) numa placa de laboratório estéril e hermética - um ambiente perfeito, livre de concorrência, dotado de nutrientes abundantes,(a placa - a Terra, os nutrientes- tudo do que tiramos partido para a nossa sobrevivência),as bactérias demoram algum tempo a adaptar-se ao novo meio, é o período de latência, (para nós é o tempo em que vivíamos em comunhão com a natureza, tirando partido dela mas respeitando-a).
Este período pode durar apenas uma hora ou vários dias, ( milhares de anos para o homem), mas termina de súbito - as bactéria resolvem o problema de como aproveitar as condições da placa ( Terra) e começam a reproduzir-se dividindo-se a uma cadência que pode duplicar a sua população de 20 e 20 minutos,( uma centena de anos para o homem). Assim começa a fase exponencial.
As bactérias separam-se e espalham-se em vagas sucessivas pela superfície dos alimentos. Cada bactéria agarra o seu quinhão e apodera -se daquilo que precisa. É uma competição. É o cada um por si. É também um tipo de competição que não acaba bem num sistema fechado, ( a Terra e o Homem).
Quando as bactéria se reproduzem em tal número que chegam à borda, cada célula individual começa a agir contra todas as outras, ( a luta pela sobrevivência), ao mesmo tempo. Então os alimentos começam a desaparecer. Os gases produzidos ( poluição), começam a acumular-se e a envenenar a uma velocidade crescente. As células começam a morrer. As mortes acontecem exponencialmente devido a um ambiente cada vez pior. Chega o momento em que a taxa de natalidade e de mortalidade se igualam. Atingiu-se o pico, ( ainda não atingimos o pico mas já ultrapassámos algumas barreiras). Mas num sistema finito e fechado, ( a Terra), isto não se prolonga para sempre.
Os alimentos começam a esgotar-se ( não sabemos até quando a Terra pode alimentar um crescente número de pessoas).Os resíduos acumulados tornam-se mortíferos por toda a placa( a poluição actual). A colónia morre tão depressa como surgiu ( estamos perto de uma extinção em massa, isso já está a acontecer com várias espécies de peixes, aves, etc. ( continua)***
***Texto extraído do livro de David Attenborough - Uma vida no Nosso Planeta