Veneráveis sóis
Do fundo de mim jorram sóis cristalinos
Crescem futuros e cicatrizes
Cores...diluídas em contornos de sorrisos
O dia corre...desloca-se em todas as direcções
E por todo o lado se vêem as aparências
Rompe-se a direito...corre-se
Somos o relógio cronometricamente avariado
Aos poucos rompemos pela imensidão do céu
Afagamos a multidão que não vemos
Seguimos pelos passeios
Levando dentro de nós a calma das tempestades
Interiores...
A nossa deslocação não produz qualquer acontecimento
Não temos volume
Somos pulsação...escárnio...
Veneráveis adereços das ruas
Livros desfolhados...bolas algorítmicas...
Algarismos do imprevisível
Zeros apertados em estreitas passagens
Convulsivas luzes...estados de espírito
Da nossa negridão abre-se um tecto
Por onde saem as palpitações
Do nosso coração.