Veremos o lento azul da luz..
Ainda a terra se agarrava às minhas mãos..
E já sobre o meu corpo cavalgava o silêncio das salinas
Dos cascos do destino saía o amanhecer..
Era o fim dos lugares obesos com a poeira das horas
Talvez os dias sejam cítricos nascimentos..talvez se recostem nos leitos dos mares
Talvez procurem nos cadernos perdidos... as palavras doloridas de Éluard
E inventem nas insónias dos deuses...o cansaço que sentimos de esperar por nós
Veremos o lento azul da luz...o corpo irrevelado..feito patamar de outra existência
No desconhecido abriremos chagas..planícies..ilhas...
Então fecharemos os olhos...e imaginaremos corpos lindíssimos...geométricos
Cantos ambrosianos eclodirão nas cavernas...
Recordarão que o tempo não tem medida
E que a grande página que nos cerca os dias é feita de outra escrita...
De outro sinal...de outro trigo...