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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Vértices

No líquido dia rebentei como um triunfo da primavera

Olho as algas e flutuo em reminiscências de infância

Subterrâneos silêncios são meus cúmplices

Desgastam as ondas...iludem

Côncavos sons emergem dos olhos embaciados

Há búzios a flutuar nos copos...rimo-nos

Eu sou um eterno mineral fosfórico

As memórias são distâncias que já não percorro

Desfaço-me em roucos vértices

Longas ressonâncias de amores embaciados

Dizem-me que não chegam as lembranças

Que em redor dos olhos há fundas grutas e longas estrelas

E eu prometo calcorrear os campos e incendiar os lábios

Prometo ser o centauro que galopa pela planície assombrada

Enquanto dou nomes às quimeras e às luas

Tu vais de lezíria em lezíria..de sol em sol

Como uma ave que labuta na sombra escarpada das horas

E emerge sob a fluída maré

Como se fosses o rio que passa dentro de ti

E na matinal lonjura das gaivotas

Despeja o seu olhar enfunado.

 

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