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folhasdeluar

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Viscosidades...

Enche-se o peito e a alma. Beethoven. Moonlight Sonata. Enche-se o peito e a alma. Com todas as coisas que se acumularam em mim. As brumas. As dissoluções. As ruas desertas. A procura de um dia. Um dia vital. Em que nenhuma palavra fosse pronunciável. O dia em que todas as realidades fossem possíveis. E todos os tempos fossem etéreos. E todos os passos caminhassem sem direcção. E fossem apenas passos. Passos de luz. Verdadeiros. Passos sem tempo. Descompassados. Passos cheios com todas as metafóricas viagens da alma. Onde a viscosidade das sombras não tem lugar. Onde as razões não existem. Onde as verdades são acumulações de nadas.

 

Um dia hei-de sorrir. Hei-de voltar a dizer que estou aqui. Hei-de ser a comoção e o estado puro. Um dia...quando me esvaziar do lento derretimento da realidade. Quando me esvaziar de todas as plausibilidades. De todas as lembranças. Quando for apenas fumo. Suspenso no calor da tarde.

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