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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Vivemos certamente em muitos lábios

Vivemos certamente em muitos lábios
Somos palavras que rasgaram peitos...sem descanso...
Dormimos em corações...como dias serenos
E disfarçámo-nos de danças e risos...fechados sobre nós...
Somos deserdados de um tempo profundo e distante
Pesados...adversos aos degraus caprichosos...
Gastos por passos rasgados...chamas que não encontram saída...
Esquecidos por um tempo que se alimenta de nós...e nos alimenta...
E... porque só sabemos uma ínfima parte da nossa história
Temos os lábios secos...como um coração escuro...
E o calor que sai das nossas bocas...
Embacia as palavras que não temos coragem de dizer...
Silenciosamente ...na escuridão...aprendemos o tempo da ruína...
O tempo que martela na nossa bigorna...amolgando-nos...
Moldando-nos...aproveitando o tempo em que somos brasa...
Até nos retirar da boca...o último sopro...