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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Voo silencioso

Abri os meus olhos

E vi a irresistível atracção da beleza trágica

Inflamada por um tempo sem essência

Que se faz passar por uma recordação

Absurdamente maravilhosa e clarividente

Contemplo esse tempo

Com o coração aberto sobre os meus olhos cegos

Que a si mesmo se torturam

Com a recordação impossível de um amor feito de febre

Já não me posso fazer passar por mim

Já não posso amaldiçoar as alegrias

Nem as penas...nem as sombras

Já não distingo o tempo

Em que o sono me surgia

Como um cume submerso em nevoeiro

Tão cruel e verdadeiro

E ainda maior e mais fechado que uma sombria água

Ainda maior e mais profundo

Que uma paisagem que floresce

Apenas para os olhos despertos

E para os matizes triunfantes da volúpia

E mais que um sonho cintilante

E mais que uma terrível sombra

Que num chão de carmim

Segue fechada ao inebriante amor

E mais que uma sonoridade eloquente

Que multiplica os sentidos em alvas doçuras

E mais que horizontes de luz e verde

Banhados pelas sonoras cascatas de serenidade

Em que os enormes mistérios da solidão se vingam

Nas flores que se desfolham

Em caprichosos perfumes afrodisíacos

Como se fossem violinos entoando melodias

Que encantam o nosso voo silencioso pelos bosques do céu.

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